Nós e o Covid, 9 meses depois

 Há 1 ano era conhecido o 1º caso de Covid, em Wuhan, China. 

De Março até hoje, em Portugal, tem sido uma montanha russa de informações e desinformações, confinamentos, pânico, mil opiniões diferentes... Somos informados a toda a hora, mas é impossivel saber realmente o que é mais ou menos verdade! 

Hoje, em Novembro, já todos nós conhecemos alguém que está ou esteve infectado; já todos tivemos sustos, incertezas, medo... Muito medo!

Continuamos a não conhecer bem este virus, continuamos a não saber tantas coisas básicas...

Mas Vivemos! 

Confesso que tem sido dificil, particularmente nas ultimas semanas...

A máscara causa-me ansiedade, falta de ar, mini ataques de pânico; passo metade do dia a respirar fundo e a sorrir, a dizer piadas para desanuviar o ambiente e o meu coração. Tenho todos os dias mais medo, porque todos os dias sinto que estamos mais e mais cercados, que tudo isto parece inevitável entrar na nossa casa!

Sinto que não controlo nada, não consigo proteger a minha familia e custa-me aceitar esta inevitabilidade doente.

Estou farta das máscaras, estou farta de não poder sair, conversar, abraçar as pessoas que amo! Estou farta de viver com medo! Estou farta de não poder ir comer fora, beber um copo, passear na rua livremente!

Apetece-me sair! Sair! Estar numa esplanada, os miudos a brincar no parque, nós a beber um copo! Tenho saudades de conversar com as minhas amigas! De ESTAR com elas! Verdadeiramente Estar!

Sinto que o Mundo, hoje, divide-se entre as pessoas que estão descaradamente em pânico, as que têm medo mas disfarçam e as que acham que tudo isto é uma enorme treta!

Eu, mesmo sem saber se estou a fazer bem ou não, continuo a tentar manter os miudos dentro de uma "bolha" normal: continuam a ir à escola, à catequese e a brincar com os amigos; continuamos a apanhar sol ao fim de semana, apesar de sozinhos...

Pergunto-me o que estamos nós a fazer a estas crianças?! Estão a crescer com máscaras, desinfectante e espaços delimitados nos recreios; amarrados ao medo de uma infeção, não fazem amigos novos no parque (o parque está fechado e vazio), não partilham bolos nem asneiras, não interagem uns com os outros livremente. Brevemente irão esquecer como se fala com um menino desconhecido, vão deixar de saber o prazer que dá ir jogar à bola no jardim ou andar de baloiço tão alto que parece que voam; estas crianças vão achar normal ter catequese por Zoom e passar todo o tempo apenas com os pais (e irmãos, quando existem).

Tenho medo, sim! Mas luto para não deixar que este medo supere a necessidade de sermos socialmente normais!!!

Be safe! E abracem-se mais, nem que seja só virtualmente!



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