A Mãe dos TPC's

Existem várias Mães em mim!

- a Mãe Ubber, que transporta as crianças para todo o lado, dentro dos horários (ou pelo menos o mais possivel), sempre com água e um snack dentro do carro;

- a Mãe dos fins de semana, que se desdobra entre passar a ferro, preparar comida e os programas dos crios, e ainda faz bolos, brinca no parque e aguenta as birras;

- a Mãe que aconchega à noite, dá beijinhos, lê a história e apaga a luz;

- a Mãe que acorda cedo e tenta estar bem disposta quando eles acordam;

- a Mãe que salta nas poças de lama com galochas, que faz bolas de sabão na rua e dança com eles quando ouve música (seja na sala de estar, seja na rua das lojas);

- a Mãe que prepara surpresas para as lancheiras e faz esparguete à bolonhesa pelo menos 1 vez por semana, porque é a comida favorita deles;

- a Mãe que mima, que ralha porque eles brigam, que dá abraços apertadinhos e às vezes um carolo na orelha se eles não escutam...

E depois existe a Mãe dos TPC's!...

E a Mãe dos TPC's é uma mãe horrorosa!
É uma Mãe que perde a paciência, que grita, que se transforma num bicho papão...

É uma Mãe que revira os olhos quando o "P A" se transforma em "PA" e a seguir o "T A" se transforma em "TA" e depois tudo junto é qualquer coisa como: "PAAA....I", ou "PAAAA....NO"!...
... várias vezes e com várias palavras diferentes...
E esta Mãe ferve, grita, revira os olhos, perde claramente a paciência em 3 tempos...

... quando deveria ser a Mãe que acalma os anseios, que ensina com amor, que explica as vezes que forem necessárias para ele ultrapassar as dificuldades!

Tenho vergonha de ser esta Mãe!
Acabamos sempre os dois com as lágrimas nos olhos, ambos frustrados, ambos cansados, ambos com vontade de rasgar cadernos e fichas!

Ambos com vontade de mandar à merda os TPC's que depois condicionam o tempo das brincadeiras, o tempo de descontração, o tempo de não fazer absolutamente NADA que todos (e principalmente ele) temos direito!

Não gosto desta Mãe, porque faz-me lembrar que estou a fazer o que jurei nunca fazer com um filho meu; faz-me pensar como é fácil cair nos erros que criticamos duramente; faz-me admitir como sou imperfeita, fraca e má!

Depois da tortura, amuamos um bocadinho; e depois brincamos! E esquecemos o que aconteceu!
... até ao próximo fim de semana...

Desculpa Filho!


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