"O último abraço no filho único"

Há dias li um pequeno post, acompanhado de foto, sobre "o último abraço do filho único" (aqui) e fiquei a pensar sobre isso...

O Santi e a Dita têm 3 anos de diferença; para muitos esta é considerada a "diferença ideal", mas de facto, hoje percebo que o Santi era ainda muito pequenino quando a mana nasceu!
Eles não vão ter recordações das vidas deles um sem o outro, e isso é fantástico, porque crescem juntos (em todos os sentidos, incluindo bofetadas e dentadas diárias...).
... no entanto, sinto que podia, ou devia, ter desfrutado mais do meu "filho único"!

O Santiago foi muito mimado! Muito desejado, planeado, sonhado!
Assim que ele nasceu, dedicámos-nos 100% a ele, mas começámos logo a desejar, planear, sonhar mais um bebé!
Tanto eu como o Pedro temos grandes diferenças de idade das nossas irmãs (eu 9 anos e ele 7) e sabíamos que não queriamos deixar passar muito tempo até termos mais uma criança!
No 1º ano de vida do Santiago, senti-me tão absorvida por ele, que parecia-me impossivel poder amar mais um bebé de igual forma!
No 2º ano de vida dele, o meu sentido prático começou a "falar" mais alto e soube que teríamos que começar a pensar em fazer a nova encomenda à cegonha, apesar de ele ainda ser tão pequenino e dependente!
Apesar de ser muito desejada, quando a 2ª gravidez foi confirmada fiquei um bocadinho "em choque"...
Seria correcto ter mais um bebé? Seria capaz de o amar de igual forma? Conseguiria eu cuidar de 2 crianças tão pequenas?
Enchi-me de dúvidas e de medos!!!

Á medida que a barriga ía crescendo, comecei a envolver o Santi na vida da mana! Ele falava e cantava para o meu umbigo; ía comigo às ecografias; ajudava o pai a pôr creme na barriga, enfim!...
Quando nos apercebemos, já éramos uma familia de 4 e ainda a Benedita estava no "quentinho"!


Poucos dias antes dela nascer, tirámos estas fotos! 
Lembro-me que estes abraços e beijinhos foram sentidos como uma "despedida" do filho único!


Muito em breve, a Benedita estaria nos meus braços e eu continuava a ter algum receio que os meus braços não fossem suficientemente grandes para os abraçar aos dois, ao mesmo tempo!
Sim, já éramos uma familia de 4, mas eu continuava a temer pela minha capacidade de cuidar e amar de igual forma ambos os meus bebés!

Quando saí de casa para ir para o Hospital, tiramos mais uma série de fotos, com muitos beijinhos e abracinhos!
Lembro-me que, a sair de casa, ajoelhei-me e abracei o Santiago com muita força! 
Disse-lhe: "A Mamã tem que ir para o hospital, porque parece que a mana está cheia de vontade de vir cá para fora ter connosco! Logo que a mamã possa, a mamã liga-te e conversamos ao telefone! E depois o Papá leva-te para ires ter connosco!"
Ele olhou para mim, muito sério, com os olhos muito abertos e brilhantes, e só disse: "Gosto muito de ti Mamã! E também gosto da mana!"

Parece que, a partir desse momento, tudo fez sentido!
Nos nossos corações, o Santiago nunca foi filho único!
Apesar de ele ainda não ter os 3 anos feitos (fê-los passados 15 dias), até mesmo no seu coração já existia a mana!

Assim que a Benedita nasceu, percebi que o amor de mãe não se divide, mas sim multiplica-se!
(sim... é uma frase feita... mas verdadeira!!!)

E também percebi que eles cabem nos meus braços, na perfeição, por muito tempo!
... e se ser filho único significa ter total dedicação dos pais, com momentos e brincadeiras só para ele, então nós temos DOIS filhos únicos!!!
Sem qualquer sombra de dúvida!!!!

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